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Obrigações Fiscais do Simples Nacional: Um Guia Essencial para Não Errar

  • Time Propulsor
  • 18 de jun.
  • 8 min de leitura

No dinâmico cenário empresarial brasileiro, a conformidade fiscal é um pilar inegociável para a sustentabilidade e o sucesso de qualquer negócio. Para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) que optam pelo Simples Nacional, a jornada tributária é, em tese, simplificada. No entanto, essa simplificação não significa ausência de responsabilidades. Pelo contrário, exige um conhecimento aprofundado das obrigações fiscais para evitar armadilhas que podem resultar em multas pesadas e problemas com a Receita Federal.

Obrigações Fiscais do Simples Nacional

Este guia foi cuidadosamente elaborado para ser seu companheiro nessa jornada. Nosso objetivo é desmistificar as declarações Simples Nacional, detalhar os prazos Simples Nacional cruciais e oferecer estratégias eficazes para evitar multas, garantindo uma gestão contábil tranquila e eficiente. Com as informações corretas, sua empresa poderá prosperar, mantendo-se em total conformidade com a legislação tributária vigente.


Entendendo o Simples Nacional: Benefícios e Exigências

O Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, é um regime tributário diferenciado que visa facilitar a vida de pequenas e médias empresas. Sua principal característica é a unificação de oito impostos federais, estaduais e municipais em uma única guia de recolhimento, o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). Essa centralização simplifica o processo de pagamento e reduz a burocracia, tornando-o uma opção atraente para muitos empreendedores.


Os impostos abrangidos pelo DAS incluem:


  • Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)

  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

  • Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS/Pasep)

  • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)

  • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

  • Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

  • Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

  • Contribuição Patronal Previdenciária (CPP)


Apesar da aparente simplicidade, é crucial entender que a opção pelo Simples Nacional não isenta a empresa de outras obrigações acessórias, que são declarações e documentos que devem ser entregues aos órgãos fiscalizadores. O não cumprimento dessas obrigações pode acarretar em penalidades, mesmo que os impostos principais estejam em dia.


As Principais Obrigações Acessórias do Simples Nacional

Para uma empresa Simples Nacional operar sem sobressaltos, é imprescindível conhecer e cumprir as seguintes obrigações acessórias:


1. PGDAS-D: A Declaração Mensal Essencial

O Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (PGDAS-D) é, sem dúvida, a declaração mais importante para as empresas optantes por este regime. É por meio dele que a empresa informa sua receita bruta mensal e realiza o cálculo dos impostos Simples Nacional devidos. A partir dessas informações, o sistema gera o DAS para pagamento.


  • Prazo: A transmissão do PGDAS-D e o pagamento do DAS devem ser realizados até o dia 20 do mês subsequente ao da ocorrência dos fatos geradores. Por exemplo, a receita de janeiro deve ser informada e paga até 20 de fevereiro.

  • Importância: O preenchimento correto do PGDAS-D é vital, pois qualquer erro pode levar a um cálculo incorreto do imposto, resultando em pagamentos a menor (sujeitos a multas e juros) ou a maior (gerando créditos que podem ser difíceis de reaver).


2. DEFIS: O Raio-X Anual da Sua Empresa

A Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS) é uma declaração anual que complementa as informações prestadas no PGDAS-D. Ela consolida dados econômicos, sociais e fiscais da empresa referentes ao ano-calendário anterior. Mesmo empresas que não tiveram movimentação financeira (inativas) são obrigadas a apresentar a DEFIS.


  • Prazo: A DEFIS deve ser entregue até o dia 31 de março do ano-calendário subsequente ao da ocorrência dos fatos geradores. Por exemplo, a DEFIS referente ao ano de 2024 deve ser entregue até 31 de março de 2025.

  • Conteúdo: A DEFIS exige informações detalhadas como saldo inicial e final de caixa e bancos, faturamento, lucro líquido, número de funcionários, dados dos sócios (participação societária, pró-labore, IRRF, dividendos), entre outros. A precisão desses dados é fundamental para a conformidade fiscal.


3. Emissão e Guarda de Notas Fiscais

A emissão de notas fiscais é uma obrigação universal para qualquer empresa que realize vendas de produtos ou preste serviços. Para as empresas do Simples Nacional, a regra geral é a mesma: toda operação deve ser acobertada por um documento fiscal idôneo. A modalidade da nota fiscal (eletrônica, avulsa, etc.) e os requisitos específicos podem variar conforme a legislação municipal e estadual, bem como o tipo de atividade exercida.


  • Armazenamento: É mandatório que as notas fiscais emitidas e recebidas sejam armazenadas por um período mínimo de 5 anos, tanto em formato físico quanto digital, para fins de fiscalização. A falta de notas fiscais ou a guarda inadequada pode gerar sérios problemas em caso de auditoria.


4. Livros Fiscais e Contábeis: A Base da Transparência

Embora o Simples Nacional ofereça algumas flexibilizações, a manutenção de livros fiscais e contábeis é crucial para a organização e a comprovação das operações da empresa. O Livro Caixa é o mínimo exigido para as empresas do Simples Nacional, registrando todas as entradas e saídas de recursos.


No entanto, para uma gestão contábil mais robusta e para fins de comprovação de lucros distribuídos aos sócios sem incidência de Imposto de Renda, a escrituração completa do Livro Razão e do Livro Diário é altamente recomendável. Esses livros fornecem uma visão mais detalhada da saúde financeira da empresa e são essenciais para a tomada de decisões estratégicas.


5. Outras Obrigações Acessórias Específicas

Dependendo da natureza da sua atividade e da existência de funcionários, outras obrigações acessórias podem ser exigidas:


  • GFIP/SEFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social): Mensalmente, empresas com funcionários devem apresentar a GFIP, informando dados sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a Previdência Social. É a partir dela que se gera a guia de recolhimento do INSS (GPS).

  • DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte): Anual, para empresas que efetuaram pagamentos com retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) ou outras retenções (como PIS, COFINS, CSLL) de seus fornecedores ou prestadores de serviços. O prazo de entrega geralmente é o último dia útil de fevereiro do ano subsequente.

  • RAIS (Relação Anual de Informações Sociais): Anual, para empresas com ou sem funcionários. A RAIS tem como objetivo coletar dados sobre o mercado de trabalho formal. Empresas sem empregados (RAIS Negativa) também precisam declarar, geralmente até o final de março do ano subsequente.

  • DCTFWeb (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos): Para algumas empresas do Simples Nacional, especialmente aquelas com folha de pagamento, a DCTFWeb substituiu a GFIP para a declaração de contribuições previdenciárias e de terceiros. É importante verificar a obrigatoriedade para o seu caso específico.

  • Declarações Estaduais e Municipais: Além das obrigações federais, sua empresa pode ter que cumprir com declarações específicas exigidas pelo seu estado (como a GIA - Guia de Informação e Apuração do ICMS, para contribuintes do ICMS) e município (como a Declaração Eletrônica de Serviços, para prestadores de serviços). A necessidade varia de acordo com a legislação local e a atividade da empresa.

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Como Evitar Erros, Multas e Problemas com o Fisco

A negligência no cumprimento das obrigações Simples Nacional pode resultar em sérias consequências, incluindo multas, juros, impedimento de emitir certidões negativas de débitos (o que pode inviabilizar a participação em licitações, obtenção de empréstimos, etc.) e até mesmo a exclusão do regime do Simples Nacional. Para evitar multas e manter a tranquilidade, siga estas dicas:


1. Organização e Controle Financeiro Rigoroso

Manter um controle financeiro e contábil impecável é a primeira linha de defesa contra erros. Registre todas as receitas e despesas, organize comprovantes, notas fiscais e extratos bancários. Uma boa organização facilita o trabalho do contador e a preparação das declarações, minimizando a chance de inconsistências.


2. Atenção Redobrada aos Prazos

Os prazos Simples Nacional são fixos e devem ser rigorosamente respeitados. Crie um calendário fiscal detalhado com todas as datas de vencimento das declarações e impostos. Utilize lembretes e alertas para garantir que nenhuma data seja perdida. Atrasos, mesmo que pequenos, geram multas e juros que podem comprometer o fluxo de caixa da sua empresa.


3. Conhecimento e Atualização Constante da Legislação

A legislação tributária brasileira é complexa e está em constante mudança. Manter-se atualizado sobre as alterações nas regras do Simples Nacional é fundamental. Acompanhe as notícias de órgãos oficiais (Receita Federal, Comitê Gestor do Simples Nacional), blogs especializados e consulte seu contador regularmente. Um bom guia fiscal é aquele que reflete as últimas atualizações.


4. O Papel Indispensável do Contador Especializado

Contar com um contador especializado em Simples Nacional é, talvez, a dica mais valiosa. Este profissional não apenas auxilia na correta apuração e entrega das obrigações, mas também oferece um guia fiscal personalizado, orientando sobre as melhores práticas, identificando oportunidades de economia tributária e alertando sobre riscos. Ele é seu parceiro estratégico na gestão contábil.


5. Revisão Periódica e Conciliação Contábil

Não espere a fiscalização bater à porta. Realize revisões periódicas das suas declarações e faça a conciliação contábil regularmente. Compare os dados informados nas declarações com os registros financeiros da empresa. Essa prática proativa permite identificar e corrigir possíveis erros antes que se tornem um problema maior, demonstrando boa-fé e organização ao fisco.


6. Cuidado com a Distribuição de Lucros

A distribuição de lucros aos sócios é isenta de Imposto de Renda para as empresas do Simples Nacional, desde que a contabilidade esteja em dia e o lucro apurado seja comprovado. Caso contrário, a distribuição pode ser tributada como pró-labore ou aluguel, gerando impostos adicionais e multas. Mantenha a escrituração contábil completa para evitar essa armadilha.


Consequências da Não Conformidade

As consequências do não cumprimento das obrigações fiscais podem ser severas e impactar diretamente a saúde financeira e a reputação da sua empresa:


  • Multas e Juros: Atrasos na entrega de declarações ou no pagamento de impostos resultam em multas e juros diários, que podem corroer o capital de giro da empresa.

  • Impedimento de Emitir Certidões Negativas: A falta de regularidade fiscal impede a emissão de Certidões Negativas de Débitos (CNDs), documentos essenciais para participar de licitações, obter empréstimos bancários, realizar vendas para grandes empresas e até mesmo para o encerramento da empresa.

  • Exclusão do Simples Nacional: Em casos de reincidência ou irregularidades graves, a Receita Federal pode excluir a empresa do regime do Simples Nacional. Isso significa que a empresa passará a ser tributada pelo Lucro Presumido ou Lucro Real, regimes mais complexos e, na maioria dos casos, com uma carga tributária maior.

  • Fiscalização e Autuações: A não conformidade aumenta o risco de fiscalizações e autuações, que podem demandar tempo, recursos e gerar estresse para os gestores.

  • Dificuldade na Obtenção de Crédito: Bancos e instituições financeiras analisam a regularidade fiscal da empresa antes de conceder crédito. Irregularidades podem dificultar ou inviabilizar a obtenção de recursos para investimento ou capital de giro.


Conclusão: Sua Empresa em Dia, Seu Futuro Seguro

As obrigações fiscais do Simples Nacional podem parecer um labirinto, mas com o conhecimento adequado e as estratégias certas, é possível navegar por ele com segurança. Este guia fiscal buscou oferecer um panorama completo das principais exigências, dos prazos Simples Nacional e das melhores práticas para evitar multas e problemas com a Receita Federal.


Lembre-se: a conformidade fiscal não é apenas uma exigência legal, mas um investimento na longevidade e no sucesso da sua empresa Simples Nacional. Uma gestão contábil transparente e organizada é a base para a tomada de decisões assertivas e para a construção de um futuro financeiro sólido.


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